Quer voltar a ligar-se ao que realmente importa? Tente quebrar a sua rotina

Quer voltar a ligar-se ao que realmente importa? Tente quebrar a sua rotina

Quer voltar a ligar-se ao que realmente importa? Tente quebrar a sua rotina

Nos últimos meses, tenho pensado muito sobre rotinas. Como é que construímos uma boa rotina? Como é que a conseguimos manter?

Na minha investigação e reflexão, aprendi que as melhores rotinas se baseiam nos nossos valores, em coisas que consideramos significativas. Também descobri que pistas do mundo físico podem ser ferramentas poderosas para nos ajudar a manter o rumo certo.

E eu esforcei-me por seguir os meus próprios conselhos. Construí uma rotina matinal que adoro, Tento caminhar mais, arranjo tempo para os meus passatempos, protejo o hábitos que me ajudam a concentrar-me.

Também me apercebi que há outro ingrediente fundamental para ter uma boa rotina.

Para ter uma boa rotina, por vezes tem de a quebrar.

Porque é que precisa de pausas programadas e não programadas

Se leu alguma coisa sobre produtividade ultimamente, sabe que as pausas são importantes. As pausas ajudam a aumentar a sua criatividade, a sua energia e o seu entusiasmo.

E não estou a discutir; acredito firmemente em programar pausas na sua rotina. As pausas ajudam-nos a marcar os limites entre as tarefas, a recarregar e a concentrarmo-nos novamente.

Mas há uma diferença entre pausas programadas e quebrar efetivamente a sua rotina.

Uma pausa programada cumpre um objetivo específico: ajuda-o a avançar no seu dia e a manter a sua rotina. O que, em última análise, o ajuda a ser mais produtivo.

Mas uma pausa não estruturada não tem a ver com produtividade. Por definição, é espontânea e não planeada.

O que é importante neste tipo de pausa é que não faz parte da sua rotina – perturba-a.

As rupturas ajudam-nos a repensar os nossos valores

Lembra-se quando “disruptivo” era a palavra de ordem das startups? Toda a gente queria lançar a próxima tecnologia “disruptiva” que reescrevia as regras de uma indústria enraizada.

A mania não durou, claro, porque não pode ser disruptivo a toda a hora. Mas ser disruptivo de vez em quando pode ser útil.

Depois de estabelecer uma rotina, pode ser fácil ser apanhado no seu ritmo. Ficamos com uma visão de túnel – sempre concentrados na próxima tarefa, no próximo objetivo. Por vezes, ficamos tão concentrados no caminho a seguir que nos esquecemos da razão pela qual escolhemos esse caminho.

Quando empresas como a Uber e a Airbnb “perturbaram” indústrias antigas, deram-nos a oportunidade de reconsiderar o que queríamos dessas indústrias. Ao introduzir uma nova tecnologia, introduziram uma nova perspetiva.

E, afinal, muitas pessoas não querem saber de pequenos-almoços continentais gratuitos ou restaurantes elegantes. Nós desejamos flexibilidade e experiências únicas. Redescobrimos o que valorizávamos nessas indústrias, o que nos levou a um novo caminho.

Fazer uma pausa espontânea e disruptiva da rotina permite-nos fazer o mesmo com as nossas rotinas e com as nossas vidas.

Ao sairmos das nossas rotinas, damos a nós próprios a oportunidade de perguntar: “Estou a conseguir o que quero da vida?”

Para interromper a sua rotina, aceite os impulsos inconvenientes

O que fazemos nas nossas pausas programadas é muitas vezes o que é conveniente. Se estiver num escritório, pode ir a um parque próximo ou ficar na sala de descanso.

Nas minhas pausas regulares, costumo ir a pé até ao Starbucks mais próximo, ou ir de mota até outro sítio café. Estas pausas encaixam-se na minha rotina e dão-me o espaço de que preciso para me manter produtivo.

Mas se não estivesse limitado pelo tempo e pela conveniência, as minhas pausas seriam muito diferentes.

Preferiria uma caminhada no Forest Park a ir a um Starbucks, ou uma boleia até ao Mt. Hood em vez de um café. Passaria a minha tarde a escrever ou a ler para mim próprio, e não a trabalhar, ou a construir uma nova bancada de trabalho para a minha garagem.

Estas pausas destroem a minha produtividade do dia, e é esse o objetivo.

Não se trata de produtividade – são sobre coisas que são importantes para mim. Motas, natureza, aprendizagem, construção. Ligar-se ao mundo que me rodeia.

As pausas convenientes e programadas ajudam-no a desestressar e a concentrar-se. Mas essas pausas têm a ver com o seu trabalho; continuam a fazer parte da sua rotina.

As pausas disruptivas e não programadas dão-nos a oportunidade de sair deste fluxo e de sermos nós próprios. Não somos máquinas a correr para cumprir prazos, não somos engrenagens de um sistema maior. Mas humanos, indivíduos.

Como já escrevi anteriormente, a chave para uma rotina produtiva e de sucesso é baseá-la nos seus valores. E se não arranjar tempo para refletir sobre esses valores, a rotina que criar vai, a certa altura, cair por terra.

As rotinas ajudam-nos a aproveitar a nossa energia e a direccioná-la para os nossos objectivos. Mas se não estiver a trabalhar para um objetivo que lhe interessa, qual é o objetivo?

De vez em quando, faça uma pausa a sério

Da próxima vez que tiver uma tarde lenta ou não se sentir a 100%, reorganize a sua agenda. Faça uma pausa – uma verdadeira pausa. Saia da sua rotina e faça algo que tenha significado para si.

Provavelmente não vai aprender nada que mude a sua vida com essa primeira interrupção. Mas, com o tempo, fazer pausas para fazer coisas que valoriza vai ajudá-lo a construir o tipo de vida produtiva que realmente quer viver.

Como escreve o filósofo da tecnologia Jaron Lanier:

“Se quer ver o valor de uma coisa, tente viver sem ela durante algum tempo”.

Fazer uma pausa na rotina pode parecer arriscado – afinal de contas, trabalhou tanto para a construir.

Mas fazer uma pausa real e perturbadora na sua rotina é o derradeiro teste decisivo: Se tem uma boa rotina, vai sentir falta dela.